quarta-feira, 30 de junho de 2010

Salomão


Tenho um passarinho

Chamado Salomão

Ele é bem pequenininho

Cabe até na minha mão



Eu o encontrei em um ninho

E por estar sozinho

Levei-o para minha casa

Ele tinha uma pata quebrada, e por isso mancava



Mamãe achou que ele não iria agüentar

Mas eu acreditei que ele havia de melhorar

Passou algum tempo e ele forte e saudável, cresceu

E com muito amor e carinho, ele se encheu



Agora Salomão

É meu animalzinho de estimação

Ele vive solto

Mas guarda os meus carinhos no seu coração...
Edinan Almeida

domingo, 20 de junho de 2010

A Fada Dondoca

A Fada Dondoca
Adora goiaba,
Só come no escuro,
Goiaba madura...

- Tenho medo, nojo
de ver bicho de goiaba.
Prefiro comer de noite,
Assim, não enxergo nada.

Sylvia Orthof

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ou Isto Ou Aquilo


Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar
ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinque, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecilia Meireles



terça-feira, 15 de junho de 2010

Menino que olha o trem



Menino que olha o trem,
não deixe passar o tempo,
faça a mala da poesia,
embarque no assanhamento,
abra a cara num sorriso!

Menino, meu garotinho,
não tenha muito juízo!
Sylvia Orthof

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Eco


O menino pergunta ao eco
onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: "Onde? Onde?"

O menino também lhe pede:
"Eco, vem passear comigo!"

Mas não sabe se eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer:
"Migo!"

Cecilia Meireles

domingo, 13 de junho de 2010

Os Números do Pato


Um, dois, três, quatro...
Quem conta é o pato.
Cinco, seis, sete, oito...
O pato conta o biscoito.

De nove até vinte e um...
O pato conta de um a um.
De e vinte dois até trinta e três,
Ele conta outra vez.

Assim o pato vive a contar.
Quá-quá-quá, só sabe falar...
Um, dois, três... Na língua do quá.

(Publicado na Coletânea "4 faces e o Amor"- 2010)
(Livro: O Silêncio do Pensamento- Fábio Aiolfi- 2010)

Fábio Aiolfi

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pensando Como Irmãos


Estamos num mundo engraçado
falta tanto amor, tanto carinho
de coração, até um abraço bem dado
cada um poderia fazer um pouquinho!

Simples gestos, um olhar
para o lado, querendo ver
o irmão que ali pode estar
e até diminuir seu sofrer!

Tanto há para se fazer
podemos todos começar
dentro de nós, aí vamos ver
muito melhores vamos ficar!

Rejane Chica

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Que rata!


Uma bruxa varredeira
Foi varrer certo castelo,
Todo verde e amarelo.

Encontrou um camundongo
Bem redondo, que chorava.

- O que foi que aconteceu,
Me diga, que eu não sei?

- Dona Bruxa, eu já fui rei,
Mas beijei minha rainha
E camundongo eu virei...
E a rainha, coitada,
Parece enfeitiçada,
Virou gorducha ratinha!

- Faça assim, meu camundongo,
Pra desfazer o barato
De ser realeza rato:
Sapeca um beijo longo
Na ponta do meu nariz.
Novo rei serás de fato,
Pra sempre serás feliz!

Camundongo, encabulado,
Deu um beijo prolongado
Na bruxa, tão nariguda,
Bem na ponta da verruga.

A bruxa virou rainha
Camundongo virou rei,
Ratinha virou vassoura
Muito loura e avoada,
Voou pra longe, correndo,
E fez queixa pr’uma fada
Que queria uma vassoura
Pra varrer sua morada.
Sylvia Orthof



Palhaço


Palhaço é atrapalhado
mas é muito engraçado

As crianças não param de rir
e se divertir

Ele corre,
pula, dança
e meche a poupança

E por incrivel que pareça
ele não se cansa
de brincar com as crianças


Natane Almeida
Aracruz- ES
E-mail: almeida_natane@hotmail.com

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Língua de Nhem


Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.

E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também

a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,

e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,

ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

Cecilia Meireles